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Migalhas de pão

Painel de Riscos do Setor Segurador – março de 2024

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) publica a mais recente edição do Painel de Riscos do Setor Segurador, apresentando o panorama atual dos riscos face à informação disponível. Em concreto, o Painel considera a informação das variáveis financeiras relativa a 15 de março de 2024, conjugada com os dados reportados pelas empresas de seguros com referência a 31 de dezembro de 2023.

Nesta edição do Painel de Riscos, procedeu-se à revisão em baixa da categoria de riscos macroeconómicos, com a respetiva avaliação a posicionar-se no nível médio-alto. No contexto nacional, registou-se uma melhoria das projeções de crescimento económico e do peso da dívida pública, bem como uma desaceleração da inflação, na variação em cadeia, no mês de fevereiro. No panorama internacional, persistem, contudo, as vulnerabilidades relacionadas com os conflitos geopolíticos, nomeadamente no leste europeu e no médio oriente.

Os riscos de crédito permanecem classificados em médio-alto, sendo de realçar as vulnerabilidades decorrentes do aumento da pressão, sobre as condições de financiamento das empresas e particulares, cujos efeitos poderão ainda fazer-se sentir. Por sua vez, os riscos de mercado permanecem avaliados em médio-alto, embora com tendência descendente, refletindo a diminuição da volatilidade nos mercados obrigacionistas, ainda que se mantenha relevante o risco potencial de correção material descendente dos preços dos ativos.

A categoria de riscos de liquidez mantém-se avaliada em médio-baixo, observando-se, contudo, uma ligeira deterioração do rácio de entradas sobre saídas do setor segurador.

Ao nível dos riscos de rendibilidade e solvência do setor, a classificação do risco permanece em médio-baixo, com uma tendência inclinada descendente, suportada pelo aumento dos resultados técnicos globais provisórios face ao ano anterior, sendo ainda de salientar a manutenção do rácio de solvência num patamar acima de 200%.

Os riscos de interligações conservam-se em médio-baixo. A exposição das empresas de seguros à dívida soberana nacional diminuiu novamente face ao trimestre transato. Assistiu-se também uma redução no nível de concentração dos ativos por setor de atividade e por grupo económico, tendo-se registado, contudo, no último caso, uma evolução heterógena entre os operadores do mercado.

Em matéria de riscos específicos de Vida e Não Vida, a avaliação permanece em médio-alto. Destaca-se, no ramo Vida, a quebra na produção de 2023 face ao período homólogo. Por sua vez, nos ramos Não Vida, a produção continuou a exibir um padrão ascendente, tendo sido acompanhada por um aumento da taxa de sinistralidade global do segmento. Esta é, em grande medida, explicada pela evolução da modalidade de Acidentes de Trabalho, refletindo o aumento dos montantes pagos, bem como o incremento do valor das provisões técnicas, fruto do efeito de diminuição da taxa de desconto.

Consulte o Painel de Riscos do Setor Segurador da ASF – março de 2024

 

Sobre o Painel de Riscos do Setor Segurador
O Painel de Riscos do Setor Segurador português é uma das ferramentas utilizadas pela ASF para a identificação e mensuração dos riscos e vulnerabilidades do setor na perspetiva da preservação da estabilidade financeira, tendo por base um conjunto de indicadores, e considerando 6 categorias de risco: macroeconómico, crédito, mercado, liquidez, rendibilidade e solvabilidade, interligações, específicos de seguros vida e específicos de seguros não vida.
No painel, o nível dos riscos é representado pelas cores: vermelho – alto; laranja – médio alto; amarelo – médio baixo; e, verde – baixo. A tendência de evolução dos riscos refere-se à alteração face ao último trimestre e é representada pelas setas: ascendente – aumento significativo do risco; inclinada ascendente – aumento do risco; lateral – constante; inclinada descendente – diminuição do risco; e, descendente – diminuição significativa do risco.

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