RiskOutlook 2.0

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) publica o inquérito sobre a avaliação dos riscos do setor segurador e do setor dos fundos de pensões (RiskOutlook2.0), apresentando os resultados da informação recolhida através do inquérito semestral da ASF, com data de referência de 30 de junho 2024, às empresas de seguros (ES) e entidades gestoras de fundos de pensões (EGFP), sobre a avaliação dos riscos a que, em cada momento, o setor segurador e dos fundos de pensões se encontra exposto.

O presente relatório encontra-se organizado em dois capítulos, iniciando-se com a análise dos resultados do questionário de avaliação global dos riscos do setor segurador e do setor dos fundos de pensões, que abrange a (auto) avaliação global e individual das ES e das EGFP em relação aos riscos a que se encontram expostas. Posteriormente, a publicação prossegue com a apresentação dos resultados da secção dedicada à análise da perceção das ES e EGFP em matéria de finanças sustentáveis e alterações climáticas, com o objetivo de aferir a relevância atribuída a este tema e a respetiva evolução face ao inquérito anterior.

No que se refere à avaliação global e individual efetuada pelas ES, relativamente aos principais riscos a que se encontram expostas, o setor segurador identificou os riscos relacionados com o ambiente macroeconómico nacional e internacional, o risco de subscrição, os riscos geopolíticos e o risco de taxa de juro como sendo os suscetíveis de assumir maior materialidade para o desempenho da sua atividade. As projeções das ES, no horizonte temporal de um ano, apontam a deterioração global de diversos riscos, com maior magnitude nos casos dos riscos geopolíticos, dos riscos cibernéticos, dos riscos associados ao ambiente macroeconómico internacional e nacional e dos riscos associados à carteira de investimentos.

No que concerne aos ramos Vida e Não Vida, o risco da evolução da produção foi sinalizado como sendo o mais material, em ambos os segmentos. Quanto às projeções a um ano, antevê-se uma agudização dos riscos emergentes e do risco associado à evolução da produção.

Relativamente à avaliação global e individual efetuada pelo setor dos fundos de pensões, as EGFP nomearam os riscos geopolíticos, os riscos decorrentes do ambiente macroeconómico internacional e o risco de taxa de juro como sendo os passíveis de impactar com maior magnitude o desempenho da sua atividade. Destaca-se ainda o aumento da preocupação com o nível de financiamento dos planos BD e a capacidade financeira dos associados nos planos BD e CD.

Em relação à evolução dos riscos no horizonte dos próximos 12 meses, a perspetiva é de agravamento da avaliação de todas as categorias de risco, destacando-se, particularmente, os riscos geopolíticos, cibernéticos e os associados ao ambiente macroeconómico internacional.

Em matéria de riscos associados às finanças sustentáveis e alterações climáticas, relativamente ao setor segurador, observou-se, em 2024, um aumento da classificação global, de baixa para média, da relevância destes riscos para a cadeia de valor do negócio. Por outro lado, a sensibilidade, quer da carteira de investimentos, quer das responsabilidades de seguros assumidas, posicionou-se, globalmente, no patamar baixo, refletindo uma melhoria face à classificação apurada em 2023. A necessidade de ajuste do sistema de governação e das práticas de transparência das entidades em virtude dos requisitos associados às finanças sustentáveis e às alterações climáticas manteve-se no nível baixo.

Quanto ao setor dos fundos de pensões, as entidades gestoras indicaram que as finanças sustentáveis e as alterações climáticas têm, em termos globais, uma relevância baixa para a cadeia de valor do negócio, quando, no ano anterior, haviam atribuído um nível médio. A sensibilidade da carteira de investimentos face às finanças sustentáveis e alterações climáticas continua a ser percecionada como baixa. Por último, a necessidade de ajuste do sistema de governação e das práticas de transparência da entidade em virtude dos requisitos associados à temática manteve-se no patamar baixo.